terça-feira, 30 de março de 2010

Parabéns, Lucia Helena

Março está sendo um mês de festa neste Blog, e a aniversariante de hoje é a experientíssima atriz Lucia Helena Azevedo, profissional com mais de 30 anos de carreira, e que atuou ativamente nos anos 80, nas séries japonesas e em diversos filmes e seriados. Possui uma carreira exemplar tanto em dublagem quanto na direção.


Filha de Yolanda Cavalcanti, uma rádio atriz muito conhecida, marcou a vida de várias gerações de fãs dando vida a dezenas de personagens inesquecíveis. Das dublagens de desenhos animados, a que mais me lembro foi a Lucy de Snoopy, na MaGa. Já em seriados americanos, lembro-me de sua personagem em O Elo Perdido, junto ao Nelson Baptista (que dirigia a dublagem da série) e Gilberto Baroli.


Em 1986, quando começou a dublagem de Jaspion/ Changeman, Lucinha - como ficou conhecida no meio artístico - foi escalada pelos diretores Líbero, Nair e Baroli, fazendo diversos papéis nas séries citadas e nas posteriores. Até mesmo no Anime Comando Dolbuck, chegou a emprestar a voz para a Arôma (no capítulo 01) e o garoto Jack, curiosamente classificado como menina na Versão Brasileira. Em Jaspion dublou a Sáti e a Kanôko. Em Changeman, fez pontas, a Aira, e foi a segunda voz da Nâna adulta até o fim da série. Mas debutou mesmo em Flashman, fazendo a linda, jovial e marcante personagem Sara, a Yellow Flash. Inclusive este trabalho é considerado por ela mesma como o melhor de sua careira.



A Dublagem de Flashman é tida por muitos fãs como a melhor dublagem de um tokusasu exibido no Brasil, pois juntou inúmeros talentos e cada dublador recebeu um personagem extremamente compatível com seu timbre de voz e interpretação. Essa dublagem repercutiu de forma tão positiva, que até mesmo internamente, o time da Álamo, liderado por Líbero Miguel ganhou um jantar do Sr. Michael Stoll, proprietário da empresa, em agradecimento ao empenho de todos. Em Lion Man (Laranja), dublou a Shinobú, e no Branco fez a voz da Saôri. Foi a Máira, Kazúmi, Hananin Agnes (1ª voz) e Janne em Jiraiya e a Chefe Yôko em Jiban, estrelando ao lado do saudoso Carlos Laranjeira. Nos seriados de 1991 e 1992, Lucinha participou pouco. Fez apenas uma ponta em Metalder, idem em Machineman e Goggle V, e papéis secundários em Sharivan.


Chefe Yôko (Jiban) e Hananin Agnes (Jiraiya), dois trabalhos inesquecíveis da atriz:



Dona de uma voz bonita e com um timbre marcante, atualmente dirige na DublaVídeo, empresa do João Francisco Garcia. Neste estúdio, entre outros trabalhos, assina a competente direção da série Prison Break, um sucesso inquestionável.

Sua interpretação continua com a mesma essência, mas um pouco mais grave, devido ao passar dos anos, com o envelhecimento natural da voz. Uma profissional idônea, conhecida e adorada por todos no ramo. Com os fãs, é de uma simpatia ímpar e atenção idem. Esporádicamente participa de eventos e já foi entrevistada no programa Tokusatsu Show. Foi a melhor amiga de Carlos Laranjeira, um dos maiores profissionais de São Paulo na época. Se não fosse por ela ter cedido a foto abaixo, jamais conheceríamos o rosto deste excelente dublador.

Ouça a voz da Lucia Helena em Jiban clicando aqui!

Ouça um comercial de rádio contendo as vozes de Yolanda Cavalcanti, Lucia Helena e João Francisco clicando aqui!

Parabéns Lucia, tudo de bom e muitas felicidades ao lado de seus amigos, família e fãs!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Parabéns, Flavio Dias

O aniversariante de hoje é o experiente ator Flavio Dias de Oliveira, profissional este que marcou época com suas participações em dublagem.


mais de 30 anos na carreira de ator/ dublador/ narrador/ diretor de teatro, Flavio coleciona um leque gigantesco de personagens que ficaram marcados em várias gerações entre adultos e crianças.


O primeiro trabalho que me lembro dele foi feito nos estúdios da antiga TVS (atual SBT), sob a direção do saudoso José Soares: o Malvado, um dos inimigos dos Ursinhos carinhosos. Mais tarde, na Álamo, participou das séries japonesas, dublando os monstros Gômi e Mázo em Changeman, interpretou o cientista Muráta no capítulo 11 de Jaspion, pontas em Jiban e Sharivan, Son Goku/ Homem Macaco em Machineman, MS Noân (1ª voz) e Ypsilone Leviatã (2ª voz) em Metalder, Marcos no capítulo 27 de Spielvan, Ryossúke Súda em Kamen Rider Black e Akira Hojyo/ Marte em Cybercop. Este último, por ser um protagonista, foi o que mais marcou. Uma curiosidade um pouco triste é que no dia 05/05/2002, o ator Shôgo Shiotâni, intérprete do herói suicidou-se no Japão.



Outro trabalho de Flavio Dias que marcou para as crianças de meados dos anos 90 foi o Dinossauro Barney, seriado que seguia a linha de outra produção de sucesso, Bananas de Pijamas, exibido pelo SBT. Mais tarde dublou o protagonista do programa Mundo de Beakman, personagem este lembrado pela maioria dos fãs de seus trabalhos.




Na Gota Mágica, destacou-se com personagens chave em dois dos animes de maior sucesso dublados no estúdio: Julian Solo/ Poseidon em Cavaleiros do Zodíaco e Neflite em Sailor Moon. Infelizmente, quando Cavaleiros foi redublado na Álamo no início dos anos 2.000, Dias acabou não voltando para o personagem, pois teve algumas diferenças com a casa, e consequentemente não dublava mais lá. Caso parecido deu-se com o já citado Mundo de Beakman, pois a série ainda estava no seu apogeu quando Dias parou de dublar no estúdio, mas a distribuidora, contente com o sucesso do seriado não aceitou a alteração da voz do protagonista, trocando o estúdio e mandando a série para a Dublavídeo.



Além de ter uma voz ultra versátil e um timbre marcante, os personagens dublados por ele ganham a experiência de um intérprete ímpar na arte brasileira. Lembro-me de uma reportagem no TV Fama (Rede TV!) que vi há muitos anos, onde o entrevistaram, justamente quando começou essa “mania” de escalarem atores famosos/ Globais para alavancar o lançamento de algumas animações – no caso em questão era o nome do Bussunda no Shrek – e ele foi taxativo em sua crítica, dizendo que não concordava com a ação, pois embora ambos fossem atores com DRT, a arte da dublagem é diferente e exige uma experiência maior, já que o rosto do intérprete fica inibido aos olhares do público, restando apenas a interpretação através da voz. Sem contar o cachê, que se fosse de um dublador de 20 anos de carreira receberia cerca de 40% do que recebeu o Global, e o trabalho teria um resultado indiscutivelmente superior - vide o trabalho feito pelo Mauro Ramos após herdar o personagem.


Nesse tempo em que me comunico com ele por e-mail, sempre foi atencioso e sábio nas respostas. Sabe muito bem dos problemas que a classe de dubladores/ artistas de teatro vem enfrentando, aliados a falta de trabalho, o que acabou afastando-o temporariamente dos microfones. Ficou mais com a direção esporádica de seriados do History Channel, no estúdio ETC.


Segue um trecho de sua interpretação, e um link de uma matéria que saiu no Jornal da Cidade semana passada falando dele.


Ouça uma interpretação de Flavio Dias, dialogando com João Paulo Ramalho, João Francisco Garcia e Tatá Guarnieri clicando aqui!


Parabéns, feliz Aniversário e muitos anos de Vida, Dias!

terça-feira, 23 de março de 2010

Parabéns, Ricardo Pettine

Hoje, 23/03/10 é aniversário do ator e dublador Ricardo Pettine. Uma das “crias” da dupla Líbero Miguel e Nair Silva, Pettine consolidou-se na profissão fazendo também teatro e televisão, dentre eles até mesmo um especial para a rede Globo.


Com sua ex-mulher, Dione Leal, têm uma história interessante junto aos fãs das séries japonesas. A primeira participação do Ricardo em Tokusatsu foi no capítulo 31 de Changeman (O segredo de Bazoo), numa ponta dublando o Profeta do Universo Zeo, isso em 1986/ 87. Uma participação curta e singela, de um timbre de voz marcante e que mais tarde se proliferaria em várias séries do gênero.


Após essa participação, sua voz voltou apenas a aparecer em 1990, no seriado Lion Man, fazendo vozeirios e o Monstro Humano Batmau. Em 1991, participou dos capítulos finais de Jiraiya, fazendo a segunda voz do Kaminin Oruha, e Jiban, dublando o Cobranóide. Fez pequenas participações em Goggle V e Machineman, chegando ao auge de sua atuação no seriado Metalder. Neste, além de ter um personagem fixo, interpretou vários vilões marcantes, provando sua competência ao fazer diversos timbres de voz de maneira diferente. Seu personagem fixo era um dos quatro comandantes das tropas principais do Império Neróz, Dárvius.


Foi a primeira voz do Ômega Striker e Gama Fryman, Beta Kanidái, Alpha Brandêi e Ômega Guevara em diversos capítulos, e Alpha Táscitos e Delta Cornélius em todas as aparições. Em Sharivan interpretou o Hoshío Kitagáwa no capítulo 46. Em Black Kamen Rider interpretou o melhor personagem na minha opinião, o Espadachim Taurus. Como seu talento nesta época foi bem reconhecido, acabou ganhando o papel principal de uma série que narrava as aventuras de Guilherme Tell, que foi ao ar no Brasil pela Rede Bandeirantes.


Comandante Dárvius em Metalder

Taurus em Black Kamen Rider


Curiosamente, o nome deste dublador foi um dos mais difíceis de descobrir em todo esse tempo em que eu e os membros da Comunidade Dubladores de Tokusatsu estamos a procura de informações sobre essas dublagens dos anos 90. Justamente um ator que teve inúmeras participações, levamos anos retirando trechos de dublagens e enviando à dubladores e diretores da época, afim de desvendar seu nome. Eu particularmente não achava justo que um dublador que participou de tantos trabalhos fosse literalmente esquecido pelos colegas de profissão. E como eu imaginava, não foi. O problema é que não estávamos perguntando para as pessoas certas.


O meu amigo Marcelo Almeida enviou um trecho de áudio para o Elcio Sodré, que deu uma dica dizendo que se não se enganava, o nome do dublador era “Ricardo Petrini”. Com um nome em mãos, tudo ficou mais fácil. O próximo contato foi com o Francisco Brêtas, que disse que se lembrava sim desse profissional, mas que o nome correto era “Ricardo Petine”. Com uma grafia ainda incorreta do seu nome, saímos em busca de informações no Google, e finalmente acabamos chegando ao José Ricardo Pettine, que foi o secretário de Cultura da Cidade de Mongaguá, no litoral paulista e tinha sido candidato a vereador em 2004 na cidade. Numa matéria, havia um vídeo, e por esse vídeo ligamos sua voz a todos os personagens que ele deu vida.


Veja o vídeo contendo o Ricardo Pettine clicando aqui!


Ele havia deixado a secretaria fazia pouco tempo, e então eu tive a idéia de ligar na Prefeitura e pedir o celular dele. Bingo. Foi a primeira vez que consegui contatá-lo, e este me atendeu extremamente bem e me deu uma notícia ainda melhor: estava voltando pra capital e pretendia voltar a dublar. Acabei pegando seu e-mail e lhe passando alguns dados de casas e diretores de dublagem na ativa, e então passamos a nos corresponder esporadicamente.


Ouça a voz de Ricardo Pettine em Changeman:



Fica aqui registrado meus parabéns e o desejo de muitas felicidades e sucesso à esse grande dublador, que imortalizou muitos personagens nos seriados que tanto aprecio. Parabéns Pettine!!

domingo, 14 de março de 2010

Parabéns, Gilberto Baroli

Hoje, 14 de março é dia do aniversário de ninguém menos que Gilberto Baroli, um ser sagrado para os fãs de dublagem dos tokusatsu e dos animes.


Curiosamente, na mesma data nasceram outros talentosos profissionais como Castro Alves e Albert Einstein, brilhantes em suas profissões.


Baroli é um profissional que dispensa apresentações. Tem um currículo vasto em dublagem, desde a época da AIC, e junto com Líbero Miguel e Nair Silva, dirigiu os seriados japoneses a partir de 1986, na Álamo.


Além de dirigir, atuou em quase todas as séries. Foi o Sargento Ibúki, Monstro Espacial Zadós e Spider em Changeman, Zamurai, Gassâmi mais velho, Aigaman e Silk em Jaspion, Monstro Dokás, Shagún, Kekábi, Saháti, Gamúji e Român em Lion Man, 2ª voz do Dokusai em Jiraiya, Jissatsunóide em Jiban, Homem Diabo em Machineman, Google Robô e Camaleão Mozú em Goggle V, 2ª voz do Beta Douglas em Metalder, Fantasman em Spielvan, Chefe Sugata em Maskman e infinitos vozeirios e participações em outras séries que eu ficaria o resto da vida catalogando.


Mais tarde, a partir de 1993, incumbido da direção de quase todos os animes que foram dublados na Gota Mágica, continuou marcando a vida dos fãs dessas produções. Obviamente acabou dublando personagens chave em quase todas as séries que dirigiu: Saga de Gêmeos, Dócrates, Kanon de Dragão do Mar (também na redublagem feita na Álamo) dentre outros em Cavaleiros do Zodíaco, General Red em Dragon Ball, Scorpio e 1ª voz do Diávolo em Samurai Warriors, 2ª voz do Hudler em Fly, Gênio Ceres em Rayearth dentre outros. Após o fim da Gota, Baroli continuou dublando, dirigindo e traduzindo em outros estúdios.


Não há quem não conheça esse profissional. Provavelmente, tudo o que poderia ser feito no ramo, com certeza Gilberto Baroli fez. Deu espaço para muitos dubladores entrarem no mercado de trabalho - profissionais este que conseguiram conquistar uma estabilidade considerável no meio artístico. Também não é errado dizer que ele conheceu todos os profissionais da dublagem, de todas as gerações, desde que começou, pois nunca abandonou este trabalho.


Em meados dos anos 2.000, seu filho Hermes Baroli, junto com sua ex-esposa Zodja Pereira criaram o estúdio Dubrasil, ministrando aulas de dublagem e realizando trabalhos grandiosos, principalmente na franquia Cavaleiros do Zodíaco. A segunda e terceira fase de Hades, juntamente com a redublagem dos Movies foram feitos no estúdio. Mais recentemente, em Setembro de 2009, a nova animação, o Lost Canvas, teve seus primeiros capítulos dublados na empresa, e a Focus Filmes, que distribui o anime, diz que já assinou contrato para mais 13 episódios para esse ano.


Gilberto, com certeza é o meu dublador preferido, pois além de dar vida a vários personagens que acompanho desde que tinha 5 anos, participou ativamente traduzindo, adaptando e escalando outros profissionais esplêndidos para dar vida aos personagens destas produções. Tive o prazer em conversar com ele por duas vezes via telefone (uma delas hoje). Atendeu-me com uma educação que não há como descrever. Apresentei-me como um mero fã, e este engrenou um diálogo comigo que durou mais de 40 minutos. Isto porque estava no celular, imaginem se estivesse num ambiente mais confortável, falando de um telefone fixo. Dono de uma inteligência ímpar, fala mansa e frases bem construídas, é bem surreal conversar com uma pessoa como ele, pois ouço sua voz há tanto tempo que parece que somos amigos de longa data. Falamos sobre seriados, dubladores, diretores, história da dublagem, enfim, “n” assuntos que futuramente serão pauta aqui neste espaço. Também estou tentando marcar uma data para conhecê-lo pessoalmente.


Por enquanto, fica uma entrevista (em áudio) muito legal que o pessoal da Rádio (e banda) Wasabi fizeram com ele, e outra (escrita) que o amigo Marco Antônio postou em seu Blog. Um bate papo descontraído e interessante.


Vida longa a este profissional cujo nome, quando é citado, é sinônimo de qualidade e seriedade, seja ele em dublagem, direção ou tradução.


Parabéns, mestre Baroli!

Changeman Box 1 - Review

Como prometido, fiz uma pequena análise comparativa entre o primeiro box dos DVD’s dos Changeman e a versão que todos sabemos que existe por aí há tempos. Vamos lá:

Imagem: Nota-se uma leve superioridade no DVD da Focus, que tem um pouco mais de contraste, tirando aquela impressão de imagem envelhecida. A pixelização, a famosa quadriculação, perceptível em cenas muito rápidas também é inferior. Os fatídicos capítulos 5 e 20 estão piores do que na versão genérica. É possível que tenha havido alguma compressão ou recompactação nesses episódios, piorando a qualidade. Prints:

Focus/ Japan2000


Som: Muitos acharam que o áudio era o mesmo da versão pirata, e outros perceberam de imediato que havia diferença. Pois bem, diferença, exceto nos já citados capítulos do Cristal X e da Revanche de Gilúke. Percebe-se que o som é diferente em determinados trechos, como por exemplo no episódio 12 - Mermaid se Torna Mãe. Este áudio tinha um som abafado no início e mudava para melhor no meio de uma fala do Gilúke.

12 - Mermaid se Torna Mãe (Focus)
12 - Mermaid se Torna Mãe

Tirei também um trecho do capítulo 02 - O Desespero de Zôbie, onde comprovamos uma outra diferença: de certa forma, o áudio da versão oficial é inferior, pois tem 3 trechos "abafados" no decorrer das falas, coisa que o pirata não tem. Em compensação, a definição do original está melhor, sem um ruído estridente de fundo.

02 - O Desespero de Zôbie (Focus)
02 - O Desespero de Zôbie

O próximo trecho analisado é do capítulo 05 - Cuidado, Meninas de Virgem. Aqui podemos dizer que estão idênticos, com uma leve nitidez superior na versão da Focus.

05 - Cuidado, Meninas de Virgem (Focus)
05 - Cuidado, Meninas de Virgem

Por último, o capítulo 19 - A Fúria de Sayáka, em que o som do primeiro está mais abafado que o outro. Não tive tempo de assistir todos os capítulos, apenas ripei o áudio dos discos e fui ouvindo no mp3 player, localizando esses detalhes. Os áudios estão todos completos durante o capítulo. Não havia nenhum “picotado”. No capítulo 17 e 18 mudaram a vinheta de abertura, que continha a narração do Paulo Ivo (1ª voz do Change Dragon) e puseram a voz do Ricardo Medrado. Infelizmente, nos capítulos seguintes, atrapalharam-se e voltaram o primeiro trecho. Nada que estrague, mas para um lançamento que visa a nostalgia (frase do Affonso Fucci no Tokusatsu Show), é um “detalhe” importante.

19 - A Fúria de Sayáka (Focus)
19 - A Fúria de Sayáka

Embora os áudios estejam completos, alguns tem uma definição de som perceptivelmente diferente (inferior). São os seguintes capítulos: 09 - A Bola Dragão Salva a Humanidade; 10 - O Toque dos Bonecos; 19 - A Fúria de Sayáka; 24 – A Fuga de Guiodái e 26 - O Toque da Primavera. Nestes, o som está abafado, mas com uma definição legal. Não chega a ter qualidade de CD como alguns (o 21 - O Metaleiro Espacial e o 28 - A Maldição Sangrenta tem uma qualidade bárbara, talvez os melhores, e os dubladores parecem que estão falando ao vivo), mas no geral está mais do que aceitável.

Devido aos fatos que já temos conhecimento, sabemos que as tão aclamadas fitas U-Matic do Toshi foram pegas e levadas para a Centauro, pra fazer a autoração dos discos. Sobre Jaspion (os dois volumes) e Jiraiya (o volume 1) não há o que comentar - um deles saiu perfeito e o outro patético. Agora, o que me deixou mais desapontado com toda essa lambança da distribuidora é a incoerência em certas partes. Vamos lá:

- "Numa Distribuição Focus Filmes": Qual o intuito disso? Até tirar o "Numa Distribuição Everest Video" eu entendo, mas qual a vantagem em colocar essa narração pífia? Bom, pelo menos não fizeram como no Box 1 do Jiraiya, removendo o "Numa Distribuição Top Tape" e o bordão "Versão Brasileira Álamo". No caso do Changeman, a distribuidora era citada durante a abertura, e nada precisou ser refeito. Agora, no Jiraiya ficou RIDÍCULO inibirem essas falas. E o que a Álamo tem a ver com isso? Não foi ela que fez o trabalho? Pra que deixar de lado o nome da empresa?

- Os Previews dublados: Não dá pra entender o que passa na cabeça de uma empresa que se deu ao trabalho de remexer com as tais fitas velhas e emboloradas, cujo formato provavelmente não existe mais, e deixar alguns trechos de áudio para trás. Já que a empreitada foi assumida, façam-na de forma coerente. O que custava perder mais alguns segundos – ou minutos - de algum técnico de som pra capturar os trechos finais dos capítulos? E o mais desconcertante: por que é que alguns trechos que existiam até mesmo na versão caseira não foram mantidos? Eles não existiam nas Masters? Duvido... A única coisa boa que fizeram foi apresentar 4 Previews inéditos até então: 18 - O Poder de Ahâmes; 20 - A Revanche de Gilúke; 22 - A Prisioneira do Espelho e 28 - A Maldição Sangrenta. Embora nesse quesito a empresa marcou ponto, vale ressaltar que a edição cortou grande parte dos títulos narrados nesses Previews, pois eram a ultima fala e creio que espremeram para encaixar. Só pra constar, os capítulos que tinham o trecho e que a Focus não colocou foram: 16 – O Anjo do Planeta Méril; 17 – O Navio Fantasma e 25 – Canção Fatal;

Previews Inéditos

- A pergunta que não quer calar: POR QUE É QUE COM JASPION FIZERAM TUDO CERTO E COM CHANGEMAN FOI DESSE JEITO? Não faz sentido, pois as fitas foram entregues com uma pequena diferença no prazo, para extrair o áudio da mesma forma e autorar do mesmo jeito. Um fato recém descoberto é que a empresa que trabalhou com o Jaspion foi a BKS, enquanto o Changeman foi preparado na já citada Centauro. Será que Jaspion ficou caro, tendo que autorar e mixar as imagens nipônicas com o áudio brasileiro e resolveram fazer os dois ao mesmo tempo pra ganhar tempo e consequentemente dinheiro nos lançamentos seguintes? Eu explico adiante.

Falando ainda sobre a qualidade do som, notei em alguns capítulos outros pequenos trechos "abafados", como se a fita estivesse "mastigada". Como o Ricardo Cruz deixou bem claro em seu blog, as fitas de Changeman estavam num estado de conservação péssimo, piores que as de Jaspion. Eu tenho uma teoria (não comprovada) de que os capítulos 05 e 20 estavam tão ruins que não tiveram como serem recuperados, então apelaram para os do Toei Channel. A Focus alegou que era o que tinham recebido do Japão, mas o próprio Cruz disse ter visto outra matriz (fora as U-Matic da Everest) na empresa. Resumo da ópera (e a tal explicação prometida lá em cima): uma pessoa ligada a uma das empresas que participou desse trâmite comentou comigo que no caso de Changeman, tanto o áudio quanto o vídeo foram usados na autoração dos DVD’s brasileiros. Vendo trechos dos capítulos, eu acredito que essa informação não está 100% correta, pois, teoricamente, na parte em que os áudios estavam estragados, o vídeo também deveria ter uma oscilação, ou estar no mínimo envelhecido.

Se a Focus tivesse usado como fonte para as imagens as mesmas fitas surradas pelo tempo e desgaste na incansável reprise em 3 emissoras diferentes, ao longo de vários anos, a qualidade da imagem seria ainda inferior. Só pra frisar: o primeiro capítulo de Jaspion começou a ser dublado no dia 17/09/1986, então calculem quanto tempo essas cópias têm de estrada...

Agora, nem só de erros vive uma empresa. A qualidade do box (arte) e da lata é inegável, e a camiseta, assim como os cards são atrativos interessantes.

Essa foi minha singela opinião sobre o lançamento. Breve, estarei postando o Review do segundo box.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Redublagem dos capítulos de National Kid


Não sou fã de carteirinha do seriado, pois ele passou no Brasil antes de eu ter nascido. Mas é inegável que tem uma legião de fãs muito grande, e quem não é fã de carteirinha, pelo menos há de convir comigo que se lembra do seriado, ou no mínimo do nome.

O gerente de vendas da Focus Filmes, empresa que está lançando os boxes por aqui, disse que ficou supreendido pelo desempenho nas vendas do volume um. A segunda caixa sai em breve, e com isso, soubemos que alguns capítulos serão redublados, já que a Sato Co. não mandou dublar esses episódios na Emerson Camargo (que mais tarde virou a Windstar), quando tentou emplacar o seriado novamente em meados dos anos 90.

Esses capítulos foram parar na Clone, sob a direção de ningém menos que Nair Silva, que era a diretora artística da Álamo na época de ouro dos tokusatsu. Dirigiu Jiraiya (após o falecimento de seu marido, Líbero Miguel), Jiban, Goggle V entre outros. Deu oportunidade para muitos dubladores hoje consagrados na dublagem paulista, como Alessandra Araújo, Francisco Brêtas, Elcio Sodré etc.


Hoje, conversando com ela, ela me disse que realmente o Emerson Camargo, dublador original do personagem não voltou para fazer a redublagem, mas ela escalou o experientíssimo Afonso Amajones, velho conhecido dos fãs de anime e tokusatsu, que já fez o Highter (Winspector), Solbraver (Solbrain), Yamcha (Dragon Ball da Gota Mágica) e Hyouga (Shurato). Um dublador mega versátil, que com certeza deve ter dado uma interpretação ímpar ao personagem.

Estamos no aguardo do lançamento para podermos conferir mais esse trabalho dessa dupla gabaritada ao extremo!

domingo, 7 de março de 2010

Focus Filmes no Tokusatsu Show!

Ontem foi o dia “D”, aquele em que o Sr. Affonso Fucci, da Focus Filmes foi no Tokusatsu Show, falar sobre os erros e acertos no lançamento dos Tokusatsu no Brasil.

Pra quem não teve a oportunidade de acompanhar, eu editei e upei o áudio da entrevista inteira. Pra quem não tem tempo – ou não quer ouvir – o arquivo (mais ou menos 01:10 hs), segue os principais tópicos, conforme os assuntos foram saindo:

- Recall dos DVD’s: novamente disse que usou as imagens que recebeu da Toei, e continuam, segundo ele, tentando contato com a empresa nipônica pra conseguir uma imagem com qualidade maior, e daí sim ver a POSSIBILIDADE (isso mesmo, possibilidade) de corrigir o problema;

- Imagem de DVCam: salientou que recebeu as fitas nesse formato para extrair o conteúdo e autorar os discos. No caso de Jaspion e Changeman (com ressalva nos capítulos 05 e 20) eu concordo, realmente as séries tiveram uma imagem legal, mas no primeiro box de Jiraiya, sinto muito, mas literalmente copiaram os DVD’s piratas, editando os trechos em que o vídeo tinha falha, e depois lançaram. Pode-se perceber nitidamente já numa das primeiras cenas do primeiro capítulo, durante o diálogo do Dokusai com o Karasu Tengu;

- Áudios: disse que foram todos extraídos das fitas U-Matic do Toshi, mas os capítulos 05 e 20 vieram iguais ao da coleção pirata, pois até mesmo as falhas no episódio do Cristal X, que são consideráveis, estavam lá;

- Lançamentos futuros: assegurou que vai estar mais atento, e se for o caso vai pegar o DVD japonês pra argumentar com a empresa que cedeu as imagens que existe sim uma qualidade maior do que o que foi enviado para a Focus;

- Jiban: lançamento garantido e já está em processo de negociação. Segundo ele, o funcionário encarregado das aquisições dos seriados já teve carta branca para comprar a série;

- National Kid: falou que as imagens foram tiradas da U-Matic da Sato Co., e não de uma fita VHS como foi falado. Disse também que a dublagem está a cargo da Clone Áudio e Vídeo, e o Emerson Camargo (dublador original do personagem) não aceitou voltar no personagem, por achar que sua voz não é mais condizente. Creio que a redublagem, odiada por muitos, inclusive eu, tem a vantagem de estar nas mãos de gente competente e com experiência no gênero: Nair Silva, diretora de Jiraiya, Jiban e tantos outros seriados na Álamo, trabalha na empresa, e é fã assumida do super herói que assistia na infância;

- Ryukendo: tomou um belo prejuízo, vendendo pouco mais de 10% de sua tiragem inicial. Infelizmente, num primeiro momento, a série não será concluída;

- Full Metal Alchemist: embora seja um seriado que não deu retorno, e no máximo empatou, a Focus vai lançar o restante, demonstrando respeito aos fãs;

- Vendas: Jaspion vendeu uma quantidade muito boa (não falou em números exatos), seguido por Changeman (20 % menor) e Jiraiya (40 % menor), se comparado com o herói da roupa Metaltex. National Kid superou as expectativas, já tendo uma nova remessa de boxes encomendados para o fabricante;

- Tokusatsu.com.br: não há nenhum tipo de vínculo financeiro entre a empresa e o grupo, muito menos com a Yamato, fato este que já vem sendo falado há tempos, mas existem aqueles que custam a acreditar;

- Pesquisa de nicho de mercado: antes de lançar um seriado/ desenho, a empresa faz sim uma pesquisa com alguém que tenha algum tipo de contato com fãs, afim de conhecer o campo em que está adentrando. Citou inclusive sua participação no dia 20/02 no programa HQ & Cia, onde indicaram para ele o anime Zillion;

- Jiban/ Flashman: Jiban já foi falado, disse apenas que está “procurando” as fitas com a Top Tape pra ver a questão do final dublado, e caso não exista, farão como 3 capítulos do box de He-Man, que foram redublados. Na verdade, esses 3 capítulos não vieram para o Brasil na época de lançamento da série na Globo, o que acarretou uma nova dublagem, desta vez em São Paulo, mudando as vozes de todos os personagens. No caso do Jiban, pode haver uma dublagem nos 2 últimos capítulos (o que seria meio trágico, já que o Carlos Laranjeira, dublador original do personagem faleceu em 1993, e não vejo ninguém a altura para substituí-lo) ou apenas manterem esses capítulos com legenda. O Flashman ainda não foi decidido nada, a série entrará em pauta nas discussões para o futuro a partir de amanhã;

- Controle de qualidade: garantiu que serão tomadas as devidas precauções para que a falha acontecida não se repita, e que ao contrário do que pensamos, o consumidor não engole tudo quieto (...). A repercussão, principalmente em Jiraiya foi grande, e não gostariam que isso acontecesse novamente. Além disso, comprometeu-se a trazer um DVD de Jiban pra que seja feito uma análise num futuro programa Tokusatsu Show, antes do lançamento;

- Brinquedos: envolve um outro tipo de licenciamento, que não interessa para a empresa no momento;

- Movies: tem interesse, se houver mercado. Hipótese não descartada para o futuro;

- Lançamento de material inédito: afirmou que é complicado, pois o preço é muito alto só do licenciamento, imaginem o restante (propaganda, dublagem etc). Não disse que sim nem que não, mas eu particularmente não vou criar expectativas;

- Kamen Rider: assim como Caverna do Dragão, eles tem um interesse muito grande em lançar, mas essas séries estão nas mãos de “Majors”, grandes empresas que, além de não lançarem, não vendem pra nenhuma outra distribuidora. Com certeza devem ter uma estratégia por trás desse ato, o que até então continua sendo uma incógnita;

- Fitas com as Dublagens: tem contato com o Toshi, mas disse que o homem é complicado para negociar. A Focus fez um contrato adquirindo os direitos sobre as dublagens dos seriados lançados por ela por um prazo de 5 anos. Também pagou os direitos conexos de todos os Dubladores que solicitaram e que participaram das obras. Quem liderou as negociações por parte dos dubladores foi a Alessandra Araújo. As U-Matic dos outros seriados (Flashman, Metalder, Spielvan, Maskman, Black, RX, Winspector, Solbrain etc) da Everest Vídeo/ Tikara Filmes ainda estão com o Toshi;

- Conservação das fitas: as de Jaspion estavam num padrão aceitável de conservação, mas as de Changeman estavam literalmente nadando no bolor, dentro de caixas de isopor quebradas. As fitas foram passadas no aparelho uma vez apenas para tirar o embolorado. Em seguida, limpavam o cabeçote da máquina e “chacoalhavam” a fita, para que a sujeira caísse. Nota zero para a conservação, o que atrapalhou um pouco os áudios do primeiro box do seriado e bastante no segundo (review detalhado logo, logo aqui no Blog);

- BluRay: fora de cogitação para os seriados tokusatsu por motivos óbvios;

- Relançamento: estarão fazendo o Ghost in the Shell, anime lançado pela Flashtar no passado. O Pequeno Príncipe provavelmente terá continuação, e Robô Gigante terá seu primeiro volume relançado, junto com os outros 6;

- Legendas/ Autoração: a empresa responsável por fazer o Jaspion foi a BKS, e o Changeman e Jiraiya a Centauro. A revisão das legendas dos dois primeiros lançamentos foram feitas pelo Ricardo Cruz. Jiraiya não teve revisão;

- Ricardo Cruz: prestou serviço para a Focus e recebeu por esse serviço prestado. Nada mais justo e nenhuma novidade até então;

- Boneco do Jaspion: foi apresentado um projeto maravilhoso, mas na hora da entrega apareceram com aquilo que vimos (e temos em casa). O primeiro protótipo foi reprovado por eles, mas passaram-se 30 dias e a terceirizada não dava sinais de vida, e na última hora, quando as latas estavam indo para as lojas, voltaram com o mesmo boneco, e aí não havia mais o que fazer;

- Latas amassadas: São confeccionadasem Santa Catarina, enviadas para São Paulo e re-enviadas para Manaus-AM. Esse trajeto acaba avariando o produto, por mais que sejam tomadas medidas preventivas. Ainda tem o agravante que, depois de prontas, são novamente enviadas para a capital paulista, e sofrem ainda um último envio da loja para a casa dos consumidores, no caso de lojas de internet (Submarino, Saraiva, Americanas, etc);

- Lost Canvas: mais 13 episódios já estão a caminho, e o contrato já foi assinado;

- Lançamentos seguidos: com certeza prajudicaram o desempenho das vendas, mas foi uma decisão interna de mais pessoas dentro da empresa, e nada pode ser feito.

E estes foram os assuntos colocados em pauta com o Sr. Affonso. Eu achei que ele foi sucinto nas respostas, porém coerente. Não "lavou roupa suja" como muitos esperavam, mas disse o que tinha que ser dito. Só acho que ele omitiu a verdade (ou parte dela) no caso do Jiraiya, pois não foram aquelas imagens que ele recebeu não. É só assistir o genério e o que eles lançaram. Estão idênticos. E também duvido que haverá Recall, infelizmente. No mais, fiquei contente com o resultado positivo da entrevista, e vou dar uma segunda chance para a empresa: comprarei o Jiban na Pré-Venda. Aguardarei ansiosamente o lançamento. Se souberem trabalhar com o seriado, tem tudo para ser um sucesso no mínimo igual ao Changeman. E se colocarem os dois últimos capítulos dublados e fizerem uma divulgação desse material inédito, os fãs comprarão com certeza. Essas dublagens lendárias serão um excelente brinde. Eu, que sou fã de carteirinha do Carlos Laranjeira, vou ficar eternamente grato.