segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Chave Mestra

Inaugurando a nova seção do meu Blog, está o filme A Chave Mestra, de 2005. Já faz algumas semanas que eu vi essa produção, e só agora estou postando. A primeira vez que tive contato com a obra foi no final do ano passado, mas estava legendado. Pelo final do filme eu fiquei impressionado com a história, e assim que vi que iria passar dublado, assisti completo.


Não é uma produção “arrasa quarteirão”, mas tem uma história sinistra, bem contada e com fatos e detalhes bem amarrados na trama. O charme fica por conta do fim, que foge dos clichês “tudo se resolveu” e “viveram felizes para sempre”. Vale a pena. Eu achei totalmente imprevisível, mas já li opiniões de outras pessoas que viram a obra e que dizem que deduziram o final antes da metade da obra. Enfim, fica registrado a dica.


Além da produção, levo em consideração a excelente dublagem. Uma fantástica versão brasileira, feita na Álamo, sob a direção da Úrsula Bezerra. No papel principal ninguém menos que Angélica Santos, e sua voz inconfundível, que caiu como uma luva na Caroline. Os “inimigos” foram feitos por profissionais também gabaritados na arte: Isaura Gomes, e suas dezenas de anos de experiência; e Alexandre Marconatto, um dublador não tão antigo, mas com uma interpretação limpa e memorável. Abaixo, segue algumas informações e o cast que peguei de ouvido. Algumas vozes eu não consegui identificar, e como de costume, não vou copiar e colar de nenhum outro lugar por não ter certeza se a informação está correta ou não. Como tenho somente contato constante com dublagens mais antigas, ainda tenho dificuldade de memorizar alguns timbres de vozes de novos dubladores. Quem sabe no futuro.


A Chave Mestra (The Skeleton Key)

Ano: 2005

Versão Brasileira: Álamo

Direção: Úrsula Bezerra


Elenco:


Caroline Ellis (Kate Hudson) – Angélica Santos;

Violet Devereaux (Gena Rowlands) – Isaura Gomes;

Luke Marshall (Peter Sarsgaard) – Alexandre Marconatto;

Jill Dupay (Joy Bryant) – Raquel Marinho;

Enfermeira – Alessandra Araújo;

Hallie – Fátima Noya;

Homem – Affonso Amajones;

Senhora – Gessy Fonseca;

Curandeira - ? (voz feminina);

Voz no radio - ? (voz feminina);

Narração/ leitura de placas - ? (voz masculina).

terça-feira, 15 de junho de 2010

Rotina

Os frequentadores assíduos deste espaço - embora não falem nada diretamente pra mim - creio que já sentem uma certa rotina no conteúdo e nas minhas postagens. “De que série será que o Ivan vai falar essa semana/ quinzena?”. “Qual dublador faz aniversário por esses dias?”. E é assim com tudo na vida. Pra entrar numa rotina é fácil, e as vezes você nem percebe, seja no trabalho, na vida particular ou até mesmo no casamento. E como toda rotina é muito chata, creio que é hora de dar uma guinada.


Pensando nisso é que venho imaginando novos “quadros” para meu blog. Nunca fui muito fã de filmes, talvez porque passei tempo demais vendo reprises dos seriados que mais gostava, e nunca a Sessão da Tarde e outros blocos de filmes dos canais aberto me chamaram atenção. Com isso, até hoje perdi (e continuo perdendo) muitos filmes que qualquer pessoa no mundo teria a obrigação de conhecer, menos eu. Pois bem, resolvi mudar isso.


Todo fim de semana, normalmente no Sábado na hora do almoço, eu pego o controle da Sky e saio zapeando a grade de todos os canais que assino. É bom deixar claro que não assino o pacote Tele Cine nem HBO, mas os demais canais de filmes (FOX, FX, MGM, Megapix, Space, TNT entre outros) vira e mexe exibem filmes de qualidade. Então, de uns tempos pra cá resolvi voltar minha atenção também a esses filmes, alguns mega sucessos do cinema, outros produções com baixa bilheteria, mas que escondem uma história firme e envolvente.


A partir das próximas postagens devo criar um “bloco” de Bons Filmes, Boas Dublagens aqui no Falando de Dublagem. Tentarei dissertar algo sobre a obra e obviamente analisar a dublagem, postando o cast de cada produção. Também pretendo dar continuidade ao “Lendas da Dublagem Desvendadas” e apresentar novos nomes de dubladores das séries japonesas que descobri com a ajuda dos profissionais ao longo desse tempo onde postei pouco, mas pesquisei bastante.


E vamos tocando o barco.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Parabéns, Alessandra Araújo

Alessandra Araújo, umas das profissionais mais versáteis da dublagem atualmente é a homenageada de hoje no meu Blog.


Contatei-a pela primeira vez via Orkut no final de 2008. Da primeira leva de dubladores que decidi abordar para o início da minha pesquisa, ela foi uma das últimas da lista. Hoje, 2 anos depois, vejo que deveria ter entrado em contato com ela muito antes.


Uma vez, papeando via MSN com meu amigo Yuri Calandrino, ele me disse que uma das primeiras pessoas que ele contatou quando começou esse trabalho todo sobre Dubladores de Tokusatsu foi justamente ela. Contou que ela era muito gente fina e atenciosa com os fãs, além de ser muito grata por prestigiarmos e gostarmos tanto dos trabalhos dela. Hoje, posso dizer sem dúvidas que a chave para a resolução de muitos mistérios do meu tópico Lendas da Dublagem Desvendadas tiveram pelo menos um dedinho dela. Além do talento aguçado com o sentido da fala que dispensa comentários, também tem uma audição clínica para reconhecer dubladores em trechos de áudio. Com sua ajuda é que consegui, junto com outros colegas da comunidade no Orkut, desvendar nomes como Lucia Castello Branco e Dione Leal. E aí vai uma dica aos simpatizantes das dublagens dos tokusatsu: Já tenho mais nomes descobertos com a ajuda dela! Aguardem futuras postagens!


Dona de uma das vozes mais bonitas - somada a uma dicção impecável - da dublagem paulista, Araújo iniciou sua carreira no final de 1988, sob a direção do brilhante Líbero Miguel, na Álamo. É uma das primeiras “crias” de Líbero e Nair Silva deste período, ao lado de nomes consagrados como Francisco Brêtas e Elcio Sodré. De lá pra cá, especializou-se na arte tornando-se umas das atrizes mais escaladas em São Paulo. Fez incontáveis trabalhos, sempre acrescentando um pouco de sua personalidade em cada atuação.


Nas séries japonesas, dublou pela primeira vez em Lion Man, série esta que justamente estava em processo de dublagem no fim do ano em que ela ingressou no ramo. Fez a personagem Táito no capítulo 20 e alguns vozeirios. Em Jiraiya, fez a professora do Manabú e a recepcionista do hotel no capítulo 07 e uma repórter no episódio 14, além de outras pontas. A partir do episódio 24, ganhou uma personagem fixa no seriado, substituindo a já citada Lucia Castello Branco na Kinín Hei-Há. Na série seguinte, Jiban, fez uma vilã, a Marshall, finalizando as séries do gênero que chegaram ao Brasil pela Top Tape. Com a chegada de 3 novas séries pela Oro Filmes, Alessandra debutou: fez muitas participações em Machineman, dublando um leque muito vasto de personagens, desde crianças até senhoras. Mas foi em Goggle V que assumiu a voz de Míki Momozôno/ Goggle Pink, a única integrante feminina do grupo de guerreiros. Ainda em Metalder fez a robô auxiliar MS Lúzi, que tinha uma pequena participação. Alguns meses depois, fixou-se na segunda voz de Tiyáki, a filha do Sr. Shoêi em Sharivan, a partir do terceiro capítulo.




As séries foram fazendo sucesso e a Álamo trabalhava a todo vapor, e Alessandra sempre estava entre as principais vozes a serem escaladas. Participou ativamente das 3 últimas séries que chegaram em 1991 pela Everest, que foram: Spielvan, dublando a vilã Lay (de longe o melhor trabalho da dubladora pra mim, junto com a Marshall de Jiban), a Sayáka/ Yellow Mask de Maskman e a forma civil do Monstro Mutante Anêmona, no capítulo 20 de Black Kamen Rider, além de várias crianças e meninas. Também fez uma pontinha em Cybercop, dublado na BKS no mesmo ano.


Já em meados dos anos 90, os animes começaram a fazer sucesso no país. No principal deles, Cavaleiros do Zodíaco, imortalizou-se na voz da Júne de Camaleão, a melhor amiga de Shun. Depois, em Sailor Moon emprestou a voz para a Rainha Beryl, líder do Negaverso e em Fly, fez a princesa Leôna. Além desse nicho de produções, acumula um incalculável currículo em filmes e séries americanas, desta vez também como diretora. Infelizmente não acompanhei de perto a segunda metade dos anos 90 e o início dos anos 2.000 das produções dubladas, pois trabalhava fora e não tinha tempo de ver TV. Só a partir de 2004/ 2005 é que pude novamente ter o prazer de acompanhar de perto a arte. Sendo assim, não acho legal copiar e colar informações da Wikipédia, por exemplo, que possam ser incorretas, colocando em dúvida o conteúdo de meu modesto espaço. Prefiro apenas dar fé no que realmente vi e ouvi. Um bom filme que assisti dublado foi A Casa de Vidro (2001), onde Alessandra interpreta de forma ímpar, num dueto com Armando Tiraboschi, dublando a atriz Diane Lane. Dos trabalhos mais recentes, recordo-me da Wilhelmina Slater em Betty, a Feia, e sei que ela está dirigindo a dublagem do Lie to Me, que passa na FOX.




Nem é preciso dizer que pelo pouco que conversamos via internet o Yuri tinha total razão ao tecer os adjetivos referente a sua pessoa. Sempre atenciosa, educada e gentil. Participa ativamente de comunidades do Orkut e do Facebook, sempre esbanjando simpatia. Fica aqui o meu agradecimento por todas as vezes que ela gastou um pouco do seu precioso tempo para responder as minhas perguntas e desejar-lhe um feliz aniversário, repleto de saúde e felicidades. Esperamos poder acompanhar seus trabalhos por muitos anos! Vida longa!


Ouça a voz de Alessandra Araújo, dialogando com João Paulo Ramalho e Christina Rodrigues em Jiban clicando aqui!


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parabéns, Carlos Campanile

Um dos nomes mais conhecidos da dublagem clássica e que continua firme no ramo até os dias de hoje está completando mais um ano de vida. Não é exagero dizer que sua voz forte e marcante, além de sua dicção majestosa fica cravada nos ouvidos de quem tem a oportunidade de acompanhar seus trabalhos e memorizar seu timbre de voz. Estamos falando de Carlos Campanile.

O início de sua carreira foi em teatro amador, no começo dos anos 60. Em meados deste ano, ingressou na carreira de rádio-ator, ramo muito comum na época e fez participações também na TV. Em 1967 foi parar na lendária A.I.C.-SP, dando início a sua carreira de dublador, ao lado de profissionais consagrados da dublagem brasileira. Seus “padrinhos artísticos”, como ele mesmo os denomina, foram ninguém menos que Hélio Porto, José Soares, Wolner Camargo e Neville George. Infelizmente, todos esses profissionais pioneiros da dublagem paulista já não estão mais entre nós. Pra ser apadrinhado por monstros sagrados da arte como eles, só poderia ser esse dublador talentoso que ele é.

Na parte das séries japonesas, se existe uma voz que literalmente fez falta na Álamo, de 1986 até 1992, e esse nome é Carlos Campanile. Alguns personagens (principalmente vilões), interpretados por outros atores, tiveram uma passagem, digamos, “apagada” (sem menosprezar nenhum profissional) nos seriados, mas na minha opinião, se tivessem a honra de serem dublados pelo Campanile, seria um show a parte. Infelizmente nessa época, ele estava dirigindo na BKS, por isso nunca foi escalado pelo trio Líbero/ Nair/ Baroli no estúdio. No Jaspion mesmo, como o Baroli fez vários inimigos em capítulos seguidos, poderia muito bem ter deixado pra ele o Zamurai ou o Silk. Quem sabe o Gassâmi nº1, fazendo um dueto com o saudoso Eleu Salvador. Em Changeman, também poderia ter feito a voz de vários monstros espaciais., além de alguns ninjas em Jiraiya. Enfim, seria mais uma voz poderosa a intercalar personagens junto com o time atuante da época, composto por Ézio Ramos, Gastão Malta, João Francisco, Jorge Pires, Muíbo Cury, Oswaldo Boaretto, entre outros. No entanto, pudemos acompanhar sua interpretação no vilão mor da série Cybercop, dublada na BKS em 1991, na pele do maléfico Barão Kageyâma.



Já a partir de 1995, Campanile caiu nas graças dos jovens (e marmanjos) amantes dos animes, bem no início da febre. Chegando à Gota Mágica, sob a direção do já citado Gilberto Baroli, emprestou sua interpretação para excelentes personagens: Thor de Fekda e Durval em Cavaleiros do Zodíaco, Demon em Samurai Warriors, e o cãozinho ninja Shuu em Dragon Ball (dublagem clássica), além de outras vozes. Mas o personagem que ele fez e é meu predileto é ninguém menos que o Freeza o super vilão da segunda fase de Dragon Ball Z, no comecinho dos anos 2000. Trabalho magistral, único; não há adjetivos para elogiar essa atuação. Uma curiosidade é que no original, “Freezer” é dublado pelo gabaritado Ryusei Nakao, que, devido ao tamanho minúsculo e a aparente fragilidade do personagem, caracterizou-o com uma interpretação contendo uma certa tendência homossexual, já que vilão Branco e Roxo - principalmente em sua forma final - possui um visual extremamente andrógino. Já no Brasil, recebeu uma voz de “machão”, com um timbre grave e amedrontador. Conversando com o Carlos, ele me disse que o som guia de Dragon Ball Z veio em Castelhano, e que não havia essa entonação no personagem nessa versão. Podemos dizer que existiu uma certa censura, mas que não descaracterizou o personagem e nem o contexto da história.

Pessoalmente não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas por e-mails e Orkut, é o dublador mais educado, simpático e atencioso com quem já me relacionei. Sempre pronto a responder e ajudar no que sabe, além de não tem receio em fazer nenhum comentário envolvendo terceiros. Trata os fãs de maneira extremamente cordial.

Uma pena eu não conhecer as produções clássicas que ele dublou, (além de quase não ver filmes), mas zapeando pela Sky, nos canais destinados a programações dubladas como Fox, Megapix e TNT, sua voz é constantemente ouvida em várias produções dos anos 90 e também mais recentes. Parabéns, felicidades, muitos anos de vida, e acima de tudo muita saúde, para que continue a nos brindar com seu trabalho impecável por muitos anos!

Ouça a voz de Carlos Campanile, dialogando com Wendel Bezerra em Dragon Ball Z clicando aqui!

A título de curiosidade, ouçam o mesmo trecho em japonês, contendo as vozes de Ryusei Nakao (Freezer) e Masako Nozawa (Son Goku) clicando aqui!