terça-feira, 28 de maio de 2013

Tereza Marinho, a voz da Junko

Continuando minhas publicações, apresento agora a Tereza Marinho, dubladora da policial feminina Junko, da série Winspector.

Esta série, já citada em outra postagem, estreou na Rede Manchete em meados de 1994, numa época onde as crianças - e também os adolescentes - já estavam cansados das reprises exaustivas de Jaspion, Changeman e Flashman nas tardes da TV Record.

Winspector chegou alguns meses antes do mega estrondo Cavaleiros do Zodíaco, e por ter sido dublada no mesmo estúdio (a primeira fase do anime foi feita ainda na Marshmellow, mas com o nome da nova empresa que estava surgindo: Gota Mágica) e praticamente ao mesmo tempo, tiveram muitos dubladores em comum, como por exemplo Marcelo Campos e Hermes Baroli.



Quem pôde ver esse novo seriado japonês, já de cara deparou-se com uma "evolução" em relação aos que passavam na Record ("herança" da TV Manchete), uma vez que aqueles foram filmados em 1985/86 respectivamente. Já o Esquadrão Especial, fora gravado/ exibido no Japão no ano de 1990. Haviam mudanças significativas no enredo, imagem e narrativa das histórias.

A equipe de subordinados do comandante Masaki (Daoiz Cabezudo), Fire (Marcelo Campos), Biker (Hermes Baroli), Highter (Affonso Amajones) e Junko (Tereza Marinho), fugia um pouco do clichê, e não enfrentava seres de outro planeta - salvo numa história específica - ou monstros mutantes. Tratava-se de uma espécie de "Corpo de Bombeiros" de alta tecnologia, com trajes diferenciados, lidando com situações perigosas e inusitadas do cotidiano dos humanos.


Tereza começou na dublagem no início dos anos 90, mais precisamente em 1992, época em que Nair Silva era Coordenadora Artística da lendária Álamo. Outros nomes que deram início nas atividades nesta arte no mesmo período e local, foram os já citados Marcelo Campos e também o Carlos Falat. Outra pessoa importante no meio e que também norteou seu início de carreira, foi Jorge Barcellos, a voz clássica do Égon, dos filmes/ desenho animado Caça Fantasmas. E justamente o Falat, foi aquele que me ajudou a reconhecer a voz da Marinho, e também apresentou-me o seu perfil nas redes sociais, ainda na época do Orkut.

Após o ponta-pé inicial, rapidamente começou a trabalhar em outros estúdios conhecidos, como Sigma, e Marshmellow, e mais pra frente BKS, Centauro, Tempo Filmes, Clone e Windstar, dentre outros.

Formou-se em teatro pela CPT (Centro de Pesquisa Teatral), e por lá encenou diversas peças como Macunaíma e Rosa de Cabriuna. Voltado ao público infantil, fez Trenzinho Vila Lobos e A Cuca Fofa de Tarsila.

Alguns exemplos de papéis na dublagem: fez a voz da Cleópatra em determinada produção, filmes como Don Juan de Marco (fazendo a mãe do protagonista), inúmeros documentários para a Discovery, vários desenhos e séries, enfim. Paralelo a dublagem, fazia também locuções comerciais e spots de rádio. Por determinada época, diminuiu um pouco o ritmo na arte, dedicando-se ao estudo de traduções Ibero-Americana, e também passou seis meses no Canadá, tendo como atividade a produção cultural. Ultimamente, tem visitado as casas de dublagem e vem aumentando o ritmo de trabalho a cada dia.

Abaixo, ouça a voz da Tereza Marinho dublando a série Winspector:

sábado, 11 de maio de 2013

Conheçam Marcelo Coutinho

Durante minhas pesquisas sobre dublagem em seriados japoneses, mais precisamente na série Winspector de 1994, feita na Windstar (estúdio da Marshmellow locado para a realização desta versão brasileira) e dirigida pelo Emerson Camargo, deparei-me com uma voz que desconhecia.

Essa voz tinha uma entonação forte, e uma leitura muito bonita, e foi escalado por diversas vezes no decorrer da trama. O personagem de maior destaque, um vilão, foi o Sabúro Muráta, do capítulo duplo "O Homem Cópia".

Também havia ouvido este mesmo dublador em animes do começo dos anos 90, na Dublavídeo, como em Fatal Fury e O Espadachim Ninja (outrora chamado de "Espadas dos Ninjas"). Inclusive, eu lembrava desta voz em produções dos anos 80, quando a TVS fazia dublagens. Tirei uma amostra de áudio e comecei a busca.

O primeiro contato foi com a Tânia Gaidarji. Ela ouviu e acertou na primeira. Vale lembrar que já há algum tempo, eu tinha conversado como Emerson Caperbat a respeito do seu início na dublagem, ele tinha citado o nome do Coutinho. No entanto, nesta época, era apenas um nome sem voz para meus registros. Em seguida, comecei a procurar meios de como saber algo a seu respeito, já que no Google não havia nada. Raquel Marinho me contou que começou a dublar com  ele, que foi diretor na Dublavídeo por vários anos, e Carlos Campanile me disse que ele apresentou o Siga Bem Caminhoneiro, nas manhãs de domingo, no SBT, em determinada época. Era o que eu precisava pra encontrar um vídeo no Youtube. Créditos ao usuário feneme.

Por fim, procurei saber sobre seu paradeiro atual, já que há anos não ouvia mais a voz dele. Foi então que fiquei sabendo que havia se afastado do meio artístico por motivo de saúde. Relendo o livro do Nelson Machado, o Versão Brasileira, havia uma citação ao estúdio Timecode, que era do Coutinho. Então, falei com a Cecília Lemes, que dubla em todas as casas de São Paulo, e ela me disse que estes estúdios estavam locados para o Raul Schlosser, onde funcionava a Cooperativa Uniarthe.

Há duas semanas, o Raul foi o entrevistado do programa Papo com o Machado, e eu enviei uma pergunta a respeito do Coutinho, pois não se sabia nem mesmo se ele havia falecido ou não. E foi onde ele respondeu, dizendo que ele sofreu dois infartos que deixaram sequelas, impedindo-o de trabalhar. Atualmente, mora em Sorocaba-SP, e pelas complicações do ocorrido, tem que viajar para a capital duas vezes por semana, por motivo de tratamento, com sua esposa Olga.

Infelizmente não pude encontrar mais informações sobre este excelente profissional, que por tantos anos nos brindou com trabalhos diferenciados em dublagem e direção. Vale lembrar que, curiosamente, existe um homônimo no Rio de Janeiro, que também é dublador.

Fica registrado neste espaço uma singela homenagem a este grande ator que, até então, pelo que pesquisei, tinha seu nome desconhecido pelos inúmeros fãs da dublagem paulista.

Aqui, um vídeo de seu trabalho no Siga Bem Caminhoneiro. Não foi possível precisar a data:



Aqui, um trecho de sua dublagem na série Winspector, de 1994:



Desejo tudo de bom para o Marcelo Coutinho, e que sua família tenha forças e saúde para cuidar dele.